Transferência de gestão dos hospitais da Zona Norte e da Zona Sul é discutida em reunião pública

 




A Comissão de Seguridade Social promoveu reunião pública remota para discutir os impactos no atendimento da saúde em Londrina com a transferência da gestão dos hospitais Zona Norte (HZN) e Zona Sul (HZS) para a Fundação Estatal de Atenção em Saúde do Estado do Paraná (Funeas), uma fundação pública com personalidade jurídica de direito privado. O objetivo foi cobrar da Fundação que esclarecesse quais são as mudanças que ocorrerão.

A efetivação da transferência de gestão ainda depende da formalização de contrato entre o município de Londrina e a Funeas, mas a Fundação já está há 30 dias a frente dos hospitais.

“Esta transferência de gestão é complexa e não pode ocorrer sem ampla discussão. Nós, da Comissão, estamos desde setembro conversando, especialmente com o secretário Municipal de Saúde, Felippe Machado, mas ainda há muitas dúvidas sobre os reais impactos para a população e para os servidores. Por isso, chamamos esta reunião com a direção da Fundação, secretário de Estado da Saúde (SESA), secretário Municipal de Saúde, as direções dos hospitais, Cismepar, conselhos Municipal e Estadual de Saúde, Associação de Saúde Mental”, afirmou a presidente da Comissão, Lenir de Assis (PT).

Município

O secretário Municipal de Saúde, Felippe Machado destacou que há divergências entre Município e Estado quanto a forma de atuação da Funeas, especialmente quanto aos pronto-socorros atenderem apenas casos regulados pelo SAMU e pelo SIATE. “Estamos construindo juntamente com o Estado uma alternativa que não seja prejudicial à população.”

Outra preocupação, de acordo com Felippe Machado é com os procedimentos cirúrgicos. “A retaguarda cirúrgica deixou de ser do CISMEPAR, esse vínculo foi suspenso. Nesse momento, há uma lacuna. A proposta é de que os hospitais tenham ambulatórios pré-cirúrgicos. O município não concorda, acredita que a estrutura deva ser mantida como está, com atendimento no CISMEPAR. Esse ainda é um impasse não resolvido. Temos estas divergências, mas temos certeza que serão resolvidas.”

Representantes da população

Laurito Porto de Lira Filho, presidente do Conselho Municipal de Saúde, Eliel Santos, membro do Conselho Estadual de Saúde, Elaine Rodella, representante da Associação de Saúde Mental de Londrina, levantaram uma série de preocupações com o atendimento à população e com os servidores, com a fragilidade dos serviços de Saúde Mental, afirmaram que esta transferência de gestão é um processo de privatização e que não houve debate nos espaços de controle social em tempo adequado.

Estado

Já os diretores dos hospitais da Zona Sul, Geraldo Júnior Guilherme, e da Zona Norte, Reilly Lopes, defenderam o novo modelo de gestão e apontaram as melhorias que já estão ocorrendo. No Hospital da Zona Norte: agilidade na compra de materiais e equipamentos médicos, contratação emergencial de funcionários, criação de ambulatório para oferecer, em média, mil consultas/mês pré e pós-operatórias. No Hospital da Zona Sul: criação de 10 leitos de psiquiatria, contratação de 35 funcionários, parte deles para suprir a saída dos empregados do Cismepar.

O gerente jurídico da Funeas, Eduardo Gomes, destacou que não se trata de privatização. “A fundação é pública. Não há privatização, o atendimento é 100% SUS.” Quanto à preocupação com os servidores, Gomes afirmou que não haverá redução de direitos. Ele também se colocou à disposição para conversar e tirar dúvidas com os conselhos.

A presidente da Comissão de Seguridade Social, Lenir de Assis, afirmou que a reunião abriu um canal para que todas as dúvidas fossem colocadas. “Todos colocaram suas angústias, suas questões, ficou claro que tem muitos pontos que precisam ser mais debatidos. Temos ainda muitas preocupações, como reorganização da rede municipal, contratos dos novos funcionários, como ficará o atendimento de Londrina uma vez que agora os hospitais passam a ser macrorregionais. Vamos acompanhar, vamos cobrar, precisamos avançar muito neste diálogo.”

O secretário de Estado de Saúde, Beto Preto, não pôde comparecer à reunião pública.

A Comissão de Seguridade Social da Câmara de Londrina é composta pelos vereadores Lenir de Assis (PT), como presidente; Nantes (PP), como vice-presidente; e Eduardo Tominaga (DEM), como membro.

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