“Setembro Verde” marca o Dia Municipal do Doador de Órgãos e Tecidos

Dada foi instituída em 2014, por iniciativa da vereadora Lenir de Assis, em seu segundo mandato; nesta terça-feira, a doação de órgãos foi tema na Câmara Municipal
"Setembro Verde" foi criado por lei de iniciativa de Lenir de Assis, em 2014. Foto: CML/Devanir Parra.

“Tive 21 dias para me despedir [minha mãe]. Foi bem difícil. Passei o dia das mães dentro do hospital. No outro final de semana, passei o aniversário dela dentro da UTI. Ela fez aniversário no dia 20 de maio e no dia 21, a gente encerrou o protocolo para começar a cirurgia de retirada dos órgãos. O que me tranquilizava era saber que muitas pessoas iriam receber. Minha mãe conseguiu salvar seis vidas.”

A declaração é de Maria Helena Waizumi, filha de doadora de órgãos. Ela passou pelo protocolo de doação de órgãos da mãe, em 2018. Nesta terça-feira (dia 28), ela falou sobre a experiência na sessão da Câmara Municipal de Londrina, como parte do "Setembro Verde", campanha que marca o Dia Municipal do Doador e Órgãos e Tecidos, celebrado em 27 de setembro, por iniciativa da vereadora Lenir de Assis (PT).

“Avise a sua família. Não é falar sobre a morte, mas sobre a vida”, afirmou Adriele Bueno de Souza Silva, transplantada pulmonar. Ela fez o processo em 2019, por causa do diagnóstico de hipertensão arterial pulmonar. Uma doença genética. Ela disse que sua irmã e uma prima não tiveram a oportunidade de passar por um transplante. Desde então, ela disse que se tornou uma incentivadora incansável da doação de órgãos.

A coordenadora da Organização de Procura de Órgãos de Londrina, Emanuelle Fiorio Zocoler, afirma que as campanhas de doação de órgão são a voz de quem está na fila. Atualmente, o Brasil tem 46 mil pessoas esperando por um órgão. No Paraná, são 2.500 pessoas. “Receber a notícia de que o transplante é o único tratamento é de cair o chão”, afirma “Doar órgãos é uma questão de cidadania. É pensar no próximo. É ter amor ao próximo.” Enquanto a taxa de recusa no Brasil é de 40%, no Paraná é de 22%. Recusa é quando a família não autoriza a doação.

O Dia Municipal do Doador e Órgãos e Tecidos foi instituído em 2014 pela lei 12.175, de iniciativa da vereadora Lenir de Assis (PT), em seu segundo mandato. “Confesso que de todas as leis que apresentei nesta Casa, essa é uma lei que talvez mais tenha impactado de forma direta e positiva a vida de muita gente”, afirma Lenir de Assis. “A lei possibilita a campanha e outros instrumentos para abordar a doação de órgãos. Por isso, é tão importante.” Por causa da pandemia, atividades presenciais não foram realizadas neste ano nem em 2020.

Lenir de Assis diz que quando se fala de doação de órgãos aborda-se a questão da morte e da vida, mas principalmente de políticas públicas. “Estamos falando de estruturação de um serviço que é o SUS, que precisa gratuito, de qualidade. A saúde tem de ser acessível a todos que precisam”, comenta a vereadora. “A doação de órgãos envolve informação séria, ação permanente, com equipes comprometidas, porque realizam um trabalho em um momento muito delicado, o da morte. E é nesse momento que muitos podem doar órgãos para garantir a vida para outras pessoas.”

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