Reunião temática reforça papel do SUS no combate à Covid-19

Vereadora Lenir de Assis destaca a fala dos convidados em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e a não comprovação do tratamento precoce
Marco Krieger: primeiro, vacinas para o SUS. Foto: Devanir Parra/CML

Com o tema "Perspectivas para o enfretamento da Covid-19", a Comissão Especial de Acompanhamento do Plano Municipal de Vacinação contra a Covid-19 e a Comissão de Seguridade Social, da Câmara Municipal de Londrina, realizaram ontem (dia 9) uma reunião temática para debater estratégias para enfrentar a pandemia causada pelo novo coronavírus. A reunião foi coordenada pelo vereador Ailton da Silva Nantes, presidente da comissão especial.

A vereadora Lenir de Assis, Partido dos Trabalhadores - presidente da Comissão de Seguridade Social, fez uma avaliação positiva da reunião, porque foram aprofundados temas para o enfrentamento da pandemia. “Os convidados defenderam o SUS [Sistema Único de Saúde], a produção das vacinas para o sistema público de saúde e reafirmaram a não comprovação do tratamento precoce e que medicamentos [como ivermectina] são ineficazes para a Covid-19.”

A parlamentar apresentou os dados da pandemia em Londrina, que até quinta-feira (dia 8) registrou 1.052 mortes e 47.671 infectados. Com a primeira dose, Londrina vacinou 79.577 pessoas e com a segunda dose, 20.771 londrinenses. “Estamos esperançosos com a vacina, mas sabemos que esse processo está a passos lentos para atingir a maioria da população”, destacou a vereadora. Para ela, é preciso combater as informações falsas e valorizar o conhecimento científico para o enfrentamento da pandemia.

O vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Marco Krieger, apresentou um histórico do projeto da Fiocruz para enfrentar a pandemia. A Fiocruz é responsável, hoje, pela produção da vacina Oxford/AstraZeneca. Ele apontou que o genoma do coronavírus foi realizado em pouco tempo no Brasil e, em três meses, já havia estudos clínicos para a produção de imunizante. “Um processo que normalmente demora 10 anos”, afirmou. Ele afirmou que o compromisso da Fiocruz é destinar 100% das vacinas ao SUS.

Lenir de Assis: importância do SUS. Foto: Devanir Parra/CML.

Ele destacou que a urgência provocada pela pandemia fez com que a Fundação atuasse em várias frentes ao mesmo tempo. "Nós tivemos que fazer um paralelismo entre a pesquisa, o desenvolvimento tecnológico, estudos clínicos e começar a discutir com as autoridades sanitárias, alternativas seguras para o registro [da vacina]”, afirmou. Segundo Marco Krieger, a Fiocruz entregou, até semana passada, 8,1 milhões de doses de vacina. E nesta semana, mais 2 milhões de doses. “Na próxima semana, entregaremos 5 milhões de doses”. Até o final de abril, o total de doses será de 20 milhões.

Segundo Lauricio Monteiro Cruz, diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, o órgão tem vários contratos para a compra de vacinas. Com o laboratório Pfizer, por exemplo, a previsão é de 100 milhões de doses. Até o final de abril, o Brasil deve receber 1 milhão de doses. Para ele, o problema não é recurso financeiro, porque foram destinados valores para adquirir o imunizante, mas que a entrega depende da capacidade de produção da indústria, inclusive para fornecer o imunizante para países de todo o mundo.

Vale ressaltar que, em 2020, o governo federal recebeu proposta da Pfizer de 70 milhões de doses, conforme o jornal Folha de S.Paulo, em 14 de agosto de 2020. Além disso, o Instituto Butantan, conforme reportagem da revista Piauí, enviou correspondência ao governo federal em três momentos: 30 de julho, 18 de agosto e 7 de outubro. O ministério comandado pelo então general Eduardo Pazuello nunca respondeu à Pfizer e ao Butantan. A postura do ministério em 2020 comprometeu o planejamento para a compra do imunizante e, portanto, o cronograma de vacinação.

Entre os convidados da reunião pública, participaram também Beatriz Emi Tamura, presidente da Associação Médica de Londrina e conselheira do CRM Paraná; Alcindo Cerci Neto, médico pneumologista, diretor da AML na Comissão Científica, médico da equipe técnica de enfrentamento à Covid no Hospital Universitário- UEL/Londrina; Zuleica Naomi Tano, médica infectologista e da equipe médica/técnica da linha de frente Covid no HU Londrina; Cláudia Maria Dantas de Maio Carrilho, médica infectologista e também da linha de frente de atendimento e pesquisas Covid 19 e equipe técnica do HU Londrina.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

BAIXE O JORNAL DO MANDATO DE LENIR DE ASSIS (PT)

Morre Zelic, pesquisador que tornou públicas as violações do regime militar