Assentamentos do MST doam 22 toneladas de alimento em Londrina

Produtores do movimento distribuem alimentos na periferia de Londrina; 117 milhões de brasileiros vivem insegurança alimentar
Produtores do Movimento Sem Terra, do Assentamento Eli Vive de Londrina, doaram hoje (dia 17), 22 toneladas de alimentos e  2 mil litros de leite na periferia da cidade. A ação ocorreu simultaneamente em 14 municípios do Paraná e marca o Dia Internacional da Luta Camponesa, celebrado em 17 de abril.

José Damasceno, da direção estadual do MST, explica que o Dia Internacional da Luta Camponesa lembra o Massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, que completa, em 2021, 25 anos. Em 17 de abril de 1996 a PM paraense matou 19 trabalhadores sem terra e feriu outras dezenas de homens e mulheres que lutavam pelo direito à terra.
Damasceno lembra que o MST realiza a doação de alimentos na periferia de Londrina, para ajudar no combate à fome, cuja realidade piorou por causa da pandemia de Covid-19 e a crise econômica que atinge o Brasil. Ele lembra que o país tem cerca de 117 milhões de pessoas vivendo em insegurança alimentar. Confira o vídeo.
Segundo o MST, os alimentos doados são frutos do trabalho de famílias dos assentamentos Eli Vive, de Londrina; Dorcelina Folador, de Arapongas; Maria Lara, de Centenário do Sul; Florestan Fernandes, de Florestópolis; Iraci Salete, de Alvorada do Sul; e Barra Bonita, do município de Primeiro de Maio. 

Parte das doações também vem de camponeses que ainda lutam para permanecer nos territórios, que são os acampamentos Zilda Arns e Manoel Jacinto Correia, de Florestópolis; Fidel Castro, em Centenário do Sul; e Herdeiros da Luta de Porecatu, no município de Porecatu.  

A doação dos alimentos do MST foi organizada em parceria com o movimento Levante Popular da Juventude, com setores da Igreja Católica, e a campanha Periferia Viva.  Todos os protocolos de prevenção à Covid-19 forma seguidos para a realização das doações nos bairros atendidos.

Conforme o MST, desde abril de 2020, mais de 533 toneladas de alimentos foram partilhadas em todo o Paraná, com a participação de milhares de agricultores e agricultoras da Reforma Agrária. Parte destas famílias Sem Terra ainda luta para garantir o direito de permanecerem nas áreas onde moram, produzem alimentos e garantem condições dignas de vida. Mais de 52 mil refeições também já foram partilhadas em Curitiba pela ação Marmitas da Terra, coordenada pelo Movimento. 

Papel social do MST

O presidente da Associação de Moradores do Jardim Franciscato, região sul de Londrina, Luis Carlos de Camargo, ressalta o papel social do MST na luta pela produção de alimentos e, principalmente, na distribuição para a população que sofre com a fome. "Papel esse que era para o governo estar fazendo." Confira o vídeo.
Para Edelvan Carvalho, coordenador do Assentamento Eli Vive, o Abril Vermelho - além de distribuir alimentos para quem precisa – é uma forma de protestar contra a injustiça do Massacre de Eldorado dos Carajás. “Estamos fazendo a campanha de solidariedade para transformar nosso luto em luta.” Confira o vídeo.
A vereadora Lenir de Assis ressalta a importância do MST na produção e distribuição de alimentos de qualidade para ajudar a combater a fome. "A solidariedade da nossa gente está espalhada por várias partes, por vários movimentos, entidades, organizações de coletivos da nossa cidade."

E é com esse mote “Solidariedade da Nossa Gente”, e esta reportagem, que o mandato da vereadora Lenir de Assis lança um espaço para divulgar ações de enfrentamento à fome. “Nesse espaço, queremos divulgar essas iniciativas, para que todos nós, o povo solidário de Londrina conheça e contribua”, afirma a vereadora. “A fome nos causa indignação.”

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